O que é o magnetismo?

Felipe Miranda
As linhas imaginárias do campo magnético da Terra. (Imagem: NASA)

Ok, nós já sabemos desde a infância, nos experimentos de criança, que os ímãs puxam as coisas. Mas o que é o magnetismo, e como os ímãs fazem isso? Isto não é uma aula. Veja como um texto de curiosidades.

Pode até não parecer, mas o magnetismo exerce grande importância para a nossa sociedade, tanto no desenvolvimento científico e tecnológico (basta abrir a página do magnetismo na Wikipedia e ver a quantidade de tópicos no sumário), como possibilitando, pela natureza, a vida na Terra.

Magnetismo desde a antiguidade

Durante a antiguidade, o magnetismo já era conhecido, e há indícios da utilização do magnetismo em alguma aplicações, através dos ímãs permanentes, conforme TONIDANDEL D. et al.  

Um dos primeiros registros da utilização prática da bússola, por exemplo, foi em 2637 a.C quando tropas chinesas, do imperador Huang-ti, se perderam ao perseguir tropas de um príncipe rebelde, chamado Tchi-yu.

Para se localizar mais facilmente, portanto, as tropas de Huang-ti, construíram uma carruagem onde instalaram uma estátua feminina que sempre apontava para o sul. Isto é, fizeram uma bússola improvisada. 

Para os registros ocidentais, as primeiras observações do magnetismo remetem à Grécia Antiga, quando Tales de Mileto observou fenômenos magnéticos e elétricos a partir de uma pedra na região de Magnésia, além do âmbar, sendo citado, mais tarde, por Aristóteles.

E sim, se você notou o nome Magnésia, há relações entre o local e o magnetismo. Quando os gregos percebiam que aquela pedra atraía o ferro, deram-lhe o nome de magnetita. 

Os maiores progressos em relação ao magnetismo, entretanto, surgem ao final da Idade Média e início da Idade Moderna. Posteriormente a esse período, o método científico passa a se tornar mais acurado e as explicações tornam-se menos metafísicas, além da descoberta da eletricidade e suas relações com o magnetismo. 

Finalmente, o que é o magnetismo?

Por motivos quânticos, todos os materiais possuem características magnéticas. Entretanto, essas características se anulam, já que o spin de um elétron (característica de orientação quântica de um elétron), precisa se anular, pois cada par é oposto, para obedecer ao Princípio da Exclusão de Pauli. 

Entretanto, em alguns materiais, há uma bagunça nesses spins. Os metais que conduzem eletricidade, por exemplo, possuem algo que podemos simplificar como uma “nuvem de elétrons”. Ou seja, os átomos compartilham os elétrons.

Essa “desorganização ordenada” que possibilita as características magnéticas. Grosso modo, quando o spins dos elétrons desordenados acabam alinhados, em uma quantidade relevante de força, geram um campo magnético.

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Linhas que formam o campo magnético. (Imagem: Geek3 / Wikimedia Commons)

O ferro não atrai outros materiais naturalmente. Entretanto, quando sob influência de um campo magnético, seus spins também acabam sendo alinhados. Isso induz, no ferro, um campo magnético

Como magnetismo e eletricidades estão interligados, esse campo magnético pode ser induzido, através de um bobina e eletricidade, ou pode ser uma característica intrínseca do material. 

Da mesma forma, podemos gerar eletricidade a partir de um ímã, também com a bobina. Se você movimentar um ímã por dentro de uma bobina, a eletricidade é gerada. Esse é o princípio básico dos geradores.

A Terra também possui um campo magnético, cuja importância e origem já abordamos neste artigo. Esse campo, criado principalmente através da movimentação do níquel e do ferro dentro da Terra, dentre duas funções, principalmente nos protege de ventos solares.

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O nosso campo magnético nos protege do plasma lançado pelo Sol. (Imagem: NASA)

 

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