Menino israelense de 13 anos tropeça em antiga relíquia bizantina

Erik Behenck
Stav Meir, segurando a relíquia bizantina de 1.500 anos que ele descobriu perto de Cesareia. (Fonte: Karem Said / Autoridade de Antiguidades de Israel)

A cada dia que passa novas descobertas vão sendo feitas, dos assuntos mais variados possíveis. Enquanto pesquisadores estão procurando por fósseis que podem mudar a forma como vemos a evolução dos animais, outros itens podem ser encontrados quase que por acaso, como foi o de uma relíquia bizantina de 1.500 anos descoberta em Israel.

São relíquias que servem para mostrar pelo menos uma parte de como era a vida no passado. Como publicações milenares e de séculos passados são raras, são itens como este, um pedaço de lápide, que ajudam a compreender o estilo de civilização que ocupava determinado lugar.

Como foi a descoberta?

Nos últimos dias um jovem de 13 anos, chamado Stav Meir, morador de Cesareia, em Israel, descobriu o fragmento de uma lápide de mármore, que tem pelo menos 1.500 anos, vindo do período bizantino. O artefato foi encontrado quando o adolescente saiu com sua família, perto de onde moram, para colher cogumelos.

“Reconheci imediatamente que era algo antigo”, disse Meir. “Eu posso identificar facilmente antiguidades quando as vejo”, completou o descobridor. Naquele país, existe a Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA), que ensina desde cedo os alunos sobre arqueologia, algo que certamente ajudou nesta questão.

Karem Said, arqueólogo do distrito de Haifa no IAA, concede a Stav Meir um certificado de agradecimento pela descoberta da relíquia bizantina de 1.500 anos de idade perto de Cesareia. (Karem Said / Autoridade de Antiguidades de Israel)
Karem Said, arqueólogo do distrito de Haifa no IAA, concede a Stav Meir um certificado de agradecimento pela descoberta da relíquia bizantina de 1.500 anos de idade perto de Cesareia. (Karem Said / Autoridade de Antiguidades de Israel)

A busca por identificar o que era a relíquia bizantina

Embora o jovem Meir tenha algum conhecimento sobre antiguidades, ele buscou ajuda de quem domina o assunto, como é o caso do arqueólogo Dr. Peter Gendelman, que ficou responsável por analisar e recuperar o item. Foi ele quem identificou que a relíquia de 1.500 anos de idade é do período bizantino.

O item conta com um texto escrito em grego, que na tradução representa “túmulo de Anastasius” ou “túmulo de Anastasia”, já que as últimas letras do escrito não podem ser identificadas.

“Já nos tempos antigos, Cesareia era um centro de atração para uma população rica. A qualidade da laje descoberta por Stav indica o status rico da pessoa sepultada, bem como os costumes e crenças dos habitantes de Cesareia no período bizantino”, comentou Gendelman.

E como Israel é um território ocupado pelo homem há milhares de anos, tem sido comum encontrar objetos e artefatos históricos. “Esta inscrição se junta a uma grande coleção de inscrições de enterros descobertas anteriormente na antiga Cesareia”, acrescentou.

Um zoom da relíquia bizantina antiga. (Karem Said / Autoridade de Antiguidades de Israel)
Um zoom da relíquia bizantina antiga. (Karem Said / Autoridade de Antiguidades de Israel )

A cidade onde a relíquia bizantina foi descoberta

Cesareia é uma cidade israelense, sendo que no passado era conhecida por seu porto. Fica cerca de 45 km de Tel Aviv e Haifa, contando com poucos habitantes. O interessante é que a cidade é administrada por uma empresa, a Corporação de Desenvolvimento de Cesareia.

O garoto descobridor Stav Meir foi elogiado por Karem Said, arqueólogo do distrito de Haifa, por ter tido uma “boa cidadania” na descoberta da relíquia de 1.500 anos e por ter colocado em prática um dos conhecimentos que aprendeu em sala de aula.

“A descoberta desta inscrição enriquece o conhecimento arqueológico e nossa compreensão da antiga Cesareia. Concedemos a Stav um Certificado de Apreciação por sua boa cidadania e iremos a sua aula para uma aula especial sobre a descoberta que ele fez”, afirmou.

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