Bebê nasce de um embrião congelado há 28 anos

Amanda dos Santos
(Tina Gibson / NEDC)

Um bebê nascido no Tennessee é o mais velho embrião congelado. Molly Everette Gibson nasceu há apenas uma semana, mas seu nascimento foi um evento de décadas em formação.

Ou seja, ela nasceu de um embrião congelado em outubro de 1992 – há 28 anos atrás. A mãe de Molly, Tina, está agora com 29 anos e ela mesma nasceu apenas 18 meses antes do que quando Molly foi congelada em sua forma embrionária.

Por assim dizer, as duas estão neste planeta há quase o mesmo tempo, embora sejam de gerações diferentes. Realmente é difícil entender esse enredo confuso. Mas Tina Gibson disse ao New York Post que, no que diz respeito a ela, Molly é um pequeno milagre.

A história do embrião congelado

Esse enredo fica ainda mais interessante. Quando Molly nasceu, ela quebrou o recorde de outra criança a qual era o embrião congelado mais velho até então. Só que essa criança – Emma Wren Gibson – foi congelada com um embrião por 24 anos, antes de nascer em 2017, e é irmã mais velha de Molly.

Significa que os dois filhos desta família são embriões congelados por mais tempo já nascidos. Então, Molly e Emma são irmãs genéticas congeladas ao mesmo tempo, após serem doadas anonimamente por seus pais biológicos, cuja identidade não foi divulgada.

irmãs
Tina e Ben Gibson com a recém-nascida Molly Everette Gibson (à esquerda) e a irmã Emma Wren Gibson (à direita). Fotografia de Haleigh Crabtree

Em outras palavras, as duas irmãs são irmãs de verdade – além de irmãs adotivas. Esses bebês apenas demoraram décadas a mais para nascer.

Os partos foram facilitados pela equipe do National Embryo Donation Center (NEDC), em Knoxville. Por sua vez, essa é uma organização sem fins lucrativos de base cristã. A instituição recebe embriões doados por pais biológicos que passaram por fertilização in vitro, mas decidiram não utilizar o embrião congelado para uma gravidez, por qualquer motivo.

LEIA TAMBÉM: Homem descobre que é pai de apenas um de seus filhos gêmeos

Nesses casos, ao invés de permitir o descarte dos embriões, os pais doam seu embrião congelado para o NEDC, que os armazena para uso posterior. Assim, ajudam futuros pais (a maioria deles com infertilidade) os quais se inscrevem para adotar um embrião.

Prova da duração de embriões

O centro facilitou mais de 1.000 partos bem-sucedidos, mas Emma e Molly representam os casos mais notáveis do ponto de vista científico. Isso porque são os embriões por mais tempo congelados antes de se tornarem bebês.

Além do status recorde, seus nascimentos com sucesso fornecem uma prova única de quanto tempo os embriões congelados realmente duram, o que nunca foi totalmente compreendido.

Contanto que os embriões sejam mantidos corretamente no tanque de armazenamento de nitrogênio líquido a 396 graus negativos, a diretora do laboratório do NEDC, Carol Sommerfelt, relata ao New York Post que eles podem ficar bons indefinidamente.

irmãs reais e adotivas
Emma Wren Gibson com a bebê Molly Everette Gibson. Foto: Haleigh Crabtree

Logo, com o nascimento de Molly, sabe-se que eles sobrevivem pelo menos 27 anos e meio, provavelmente até mais.

Compartilhar