Besouros com câmeras minúsculas vão transmitir imagens para celulares

Wellington Reis
(Créditos da imagem Mark Stone / University of Washington.)

As tecnologias de imagem estão evoluindo muitos rapidamente em comparação com outras décadas. Cientistas já anunciaram tecnologias que vão desde câmeras que não requerem foco a uma câmera tão minúscula quanto um grão de sal. Agora para entender o mundo por um outro angulo, cientistas vão utilizar besouros com câmeras minúsculas capazes de transmitir imagens para telefones.

Os besouros foram equipados com minúsculas mochilas robóticas, mostrando como é a visão do mundo desses pequeninos.

Besouros com micro câmeras
(Créditos Mark Stone / Universidade de Washington)

Besouros com câmeras minúsculas

O estudo, publicado na Science Robotics, testa os limites das câmeras em miniatura, ao fazer essas pequenas câmeras robóticas nas costas desses insetos.

Essas câmeras são uma GoPro para besouros, pois é um sistema sem fio, com energia autônoma e dirigível. Ela fica no topo de um braço robótico, podendo se mover 60 graus, capturar objetos em movimentos e fazer imagens panorâmicas.

O engenheiro da Universidade de Washington Shyam Gollakota, autor sênior, conta a Sarah McQuate, da Universidade de Washington New s. afirma que “A visão é tão importante para a comunicação e a navegação, mas é extremamente desafiador fazê-lo em uma escala tão pequena. Como resultado, antes do nosso trabalho, a visão sem fio não era possível para pequenos robôs ou insetos”.

A câmera feita ainda é extremamente leve, com 250 miligramas, o que dá um décimo do peso de uma carta de baralho.

Besouros vão mostrar o mundo por outro ângulo
O co-autor principal Vikram Iyer, um estudante de doutorado da UW em engenharia elétrica e de computadores, conecta o sistema de câmera a um besouro Pinacate. (Imagem: Mark Stone / Universidade de Washington)

A visão dos insetos

Os insetos são um mundo à parte. Eles podem gastar muita energia com sua visão, portanto, sua cabeça se move independentemente do seu corpo, para economizar energia.

Os pesquisadores fizeram uma câmera que imita os movimentos da cabeça dos insetos, podendo se mover como eles.

Gollakota a Donna Lu, da New Scientist diz que “ao combinar essas duas coisas diferentes – animais vivos com sensores – você está basicamente obtendo o melhor dos dois mundos”.

A câmera, com sua bateria de polímero de lítio, pode fazer transmissões constantes por mais de uma hora. Ela também pode ser programada pelos cientistas para fazer transmissões somente quando o besouro se move. Algo muito útil para economizar sua bateria, que futuramente, deve ser melhorada pelos cientistas.

As imagens da câmera são monocromáticas, e tem uma resolução de 160 por 120 pixels, gravando em uma taxa ou entre um e cinco quadros por segundo.

A transmissão é feita via Bluetooth, podendo ser controlada em até 120 metros de distância, até chegar ao smartphone que capta as imagens.

Besouros com micro câmeras
(Imagem: Mark Stone / Universidade de Washington)

Besouros espiões?

Duas espécies de besouros foram usadas no experimento: o Eleodes nigrina e Asbolus laevis, que finge a sua morte. Segundo os pesquisadores, os primeiros besouros usados viveram mais de um ano depois do experimento.

Os pesquisadores têm a intenção de, futuramente, controlar os movimentos dos besouros, a fim de que possa usá-los para mapear ambientes. Desse modo, eles poderiam usá-los para mapear ambientes remotos.

Segundo os cientistas, os besouros podem escalar ambiente rochosos mais facilmente do que robôs. Contudo, eles já receberam algumas preocupações do público com o experimento.

Como, por exemplo, a utilização para espionagem, pois os besouros seriam praticamente indetectáveis. Quanto a isso, eles afirmaram que é por esse motivo que é importante manter a população informada sobre esse tipo de pesquisa, para que possam estar cientes de que algo assim pode acontecer e se preparem.

O estudo foi publicado na revista Science Robotics.

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