A incrível história por trás desta foto de um “disco voador” da NASA

Felipe Miranda
(USAF 388th Range Sqd., Genesis Mission, NASA).

Esta foto de um disco voador é da NASA. Mas não, a agência não sugere uma origem alienígena nem nada do tipo. Na verdade, tratava-se de um objeto humano, completamente e intimamente conhecido pela NASA, e não um ovni (objeto voador não-identificado). Qualquer objeto de origem desconhecida voando torna-se um ovni. E ser um ovni, no entanto, não significa ser um potencial alienígena. 

“Um disco voador do espaço sideral pousou no deserto de Utah após ser rastreado por radar e perseguido por helicópteros”, diz uma descrição da NASA, em uma brincadeira. “O ano era 2004, e nenhum alienígena estava envolvido. O disco, retratado aqui, era a cápsula de retorno de amostras Genesis , parte de uma nave espacial Genesis feita por humanos, lançada em 2001 pela própria NASA para estudar o Sol”, explica a agência.

Missão Genesis

Em 2001, a NASA lançou a espaçonave Genesis. Como a legenda acima indica, a agência a lançou especialmente para estudar o Sol. O nome gênesis deriva do grego e significa origem (por isso o primeiro livro da bíblia se chama Gênesis). Os pesquisadores queriam, com a espaçonave, estudar as nossas origens cósmicas através das amostras dos ventos solares

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(NASA / JPL).

A nave passou dois anos em um dos pontos de Lagrange (pontos de estabilidade gravitacional) da interação Terra-Sol. Lá, ela permaneceu com seus coletores expostos, com o intuito de coletar as amostras dos ventos solares – partículas extremamente carregadas lançadas pelo Sol ao espaço. 

E bom, apesar dos problemas, a missão completou inúmeros objetivos científicos. Por exemplo, com as amostras os pesquisadores conseguiram analisar detalhadamente a composição do Sol e perceberam as diferenças entre os materiais que formaram a Terra e a nossa estrela. 

Pobre “disco voador”

Mas após os dois anos exposta, a nave iniciou seu caminho de volta para a Terra. Quando os cientistas lançam sondas para coletar amostras, eles não preparam a sonda inteira para retornar à Terra (seria um grande desperdício de dinheiro). Portanto, apenas uma cápsula de reentrada retorna, protegendo as amostras do imenso calor gerado pelo atrito da sonda com o ar durante o percurso até o solo. 

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Karen McNamara avalia os danos. (NASA).

Mas houve um problema, e a nave tocou o solo a 310 km/h, quando deveria fazê-lo a uma velocidade baixíssima, tocando o solo suavemente. Após dois minutos de reentrada, a nave liberaria seu paraquedas, mas ocorreu uma falha crítica, e o paraquedas não abriu. Uma verdadeira história de um disco voador que se espatifa no chão – só que não alienígena. 

A NASA equipou a cápsula com sensores de força. Esses sensores detectam as forças G (uma sensação de aumento na gravidade causada por uma alta aceleração). Quando essa força G chegasse a um determinado valor, os sensores disparariam. Mas durante a construção, os funcionários do JPL (Laboratório de Propulsão a Jato da NASA) instalaram os sensores ao contrário. 

Conforme o Science Alert, os helicópteros ao fundo tentavam capturar a cápsula ainda no ar e evitar uma colisão muito forte com o solo, mas esse plano não funcionou. Com o choque, então, muitas amostras se contaminaram. Mas mais tarde os cientistas conseguiram recuperar algumas em laboratório, fornecendo valiosos dados para diversos estudos científicos já publicados e outros que ainda virão pela frente. 

Com informações de Science Alert e NASA

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