Cientistas chineses descobriram que o coronavírus se espalha mais rapidamente a uma temperatura mais fria. Isso explica o maior índice de contaminação no hemisfério norte, que se encontra no período invernal.
O coronavírus, causador da doença Covid-19, tem uma faixa de temperatura quando se espalha mais rapidamente. Mas especialistas alertam que não há dependência de flutuações sazonais na infecção, como no caso de gripes ou resfriados. [Genomas dos dois casos de coronavírus no Brasil são diferentes]
De acordo com uma publicação em South China Morning Post, uma equipe de cientistas da Universidade Sun Yat-sen, em Guangzhou, descobriu que o vírus se espalha dependendo da temperatura, e o faz isso mais rápido a temperaturas de 8,72 graus Celsius.
O estudo se baseia em dados de casos de infecção de 20 de janeiro a 4 de fevereiro. Foi feito em 400 cidades e regiões da China, e comparado com dados das capitais dos países onde são detectados os surtos. [Nova doença do coronavírus agora tem um nome oficial]
Climas mais quentes
Em países mais quentes, por exemplo, a propagação da doença pode ser mais lenta, em contraste com os países com clima frio.
Ao mesmo tempo, um estudo de um grupo de cientistas, incluindo o epidemiologista de Harvard Mark Lipsitch, mostra que a propagação do vírus é possível em diferentes condições – desde o clima frio e seco de algumas províncias da China ao clima tropical, por exemplo, em Cingapura. [Quando haverá uma vacina contra o coronavírus? 5 perguntas respondidas]
Os cientistas enfatizam que o aumento de temperatura e umidade com a entrada da primavera e do verão nos países vetores não levará necessariamente a uma diminuição na taxa de infecção, a menos que medidas públicas sejam tomadas para combater a epidemia.
Apesar do Brasil em sua grande parte geográfica ser de clima tropical, a vinda do outono e inverno faz o país entrar em estado de alerta. Muitas cidades, principalmente ao sul, chegam a registrar temperaturas negativas neste período do ano. [Você corre o risco de pegar o coronavírus? 5 perguntas respondidas]
O diretor executivo da OMS, Mike Ryan, adverte que não espere que a epidemia desapareça por si só.
“Pensar que desaparecerá como a gripe é uma falsa esperança… Não podemos assumir isso. Não há evidências”, afirmou.
