Submarino colidiu com o Titanic e ninguém ficou sabendo

Giovane Sampaio
Vista da proa do RMS Titanic , fotografada por um ROV em junho de 2004. (Imagem: NOAA)

A uma profundidade de mais de 3.800 metros, o famoso navio Titanic se encontra intocado, na escuridão do oceano, com a evidência de uma história que quase todo mundo já ouviu falar.

Devido à profundidade que ele se encontra, explorá-lo para trazer os artefatos que ficaram nele depois de seu naufrágio é um tanto quanto difícil. A empresa responsável por isso carrega o mesmo nome, R.M.S. Titanic, Inc. (ou RMST) e têm direitos exclusivos para a execução dessa tarefa. Isso é o que parecia.

Segundo o Telegraph, o grupo RMST alega que uma expedição, no ano passado, colidiu com o navio naufragado e que a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) sabia do incidente mas reteve a informação.

A EYOS Expeditions, responsável pelo incidente, teve como objetivo avaliar o estado atual do naufrágio e capturar imagens para um documentário. A última vez que humanos visitaram o navio pessoalmente foi em 2005.

O jornal Telegraph teve acesso aos relatórios que indicam que a RMST não havia sido notificada do ocorrido. A EYOS só teve a expedição aprovada porque foi sob a condição de que “danos ao naufrágio, ao local do naufrágio ou a qualquer artefato associado” não seriam realizados. Algo que não se concretizou.

Apesar de tudo, o líder da expedição disse ao jornal que a colisão não foi proposital e foi devido a correntes marítimas que acabaram levando o submarino na direção do Titanic. Mesmo sabendo das consequências, o grupo notificou a NOAA do ocorrido.

VOCÊ PODE GOSTAR: Vídeo aterrorizante mostra o tubarão mais antigo da Terra: assista

A RMST – a empresa de resgate com direitos exclusivos sobre os artefatos do Titanic – disse que deveria ter sido informada anteriormente, de acordo com um processo judicial em 27 de janeiro.

rms titanic 3
(Imagem: Wikipedia)

“O fato de a EYOS e a NOAA não terem informado a RMST e o tribunal por quase cinco meses levanta uma série de questões preocupantes, que respeitosamente devem ser investigadas pela RMST, de acordo com as obrigações e responsabilidades da empresa como salvador de posse”, disse a RMST em declaração.

Para complicar ainda mais o processo, um representante da RMST estava na expedição da EYOS, mas também não relatou o incidente ao retornar, disse a RMST.

“A NOAA leva seu papel de proteger os destroços do Titanic de perturbações muito a sério e tem a responsabilidade, por lei e sob a direção do Tribunal Distrital dos EUA do Distrito de Leste Virgínia, de garantir que o interesse público no Titanic seja mantida”, disse a NOAA.

Desde então, a RMST exigiu que o EYOS entregasse imagens dos mergulhos e pediu ao tribunal que obrigasse testemunhos sobre “a causa e o efeito das colisões”.

“Depois que este vídeo for produzido, a RMST analisará e arquivará no tribunal os segmentos apropriados que mostram a colisão do EYOS com o Titanic, para que não haja incerteza sobre a condição do local de naufrágio após a expedição do EYOS”, afirma a resposta.

FONTES / Smithsonian / The Telegraph / The Charlotte Observer

LEIA TAMBÉM: Misteriosa tecnologia antiga foi encontrada no naufrágio de Antikythera

Compartilhar