Bebês tubarões nadam de um útero para outro para devorar seus irmãos

Milena Elísios
(Imagem ilustrativa)

Pesquisadores usaram aparelhos de ultrassom subaquático – uma nova tecnologia – para estudar tubarões-prego em cativeiro. (Ao contrário de muitos outros peixes, algumas espécies de tubarões dão à luz, em vez não ovos). Mas acontece que os ultrassons acabaram revelando algo realmente incrível: bebês tubarões saindo de um dos dois úteros e entrando no outro. Na maioria das vezes, eles pegavam os embriões em movimento após o ato, quando checavam descobriam que a contagem total de embriões de tubarão em um útero havia caído, enquanto a contagem em outro útero havia aumentado na mesma quantidade.

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Pesquisadores fazem um exame de ultrassom subaquático em uma tubarão grávida. (Crédito da imagem: Etologia)

Isso de fato já torna os tubarões-enfermeiros (Nebrius ferrugineus) criaturas ainda mais incríveis, especialmente quando comparados aos mamíferos, que, segundo os pesquisadores, mal conseguem se mover no útero antes do nascimento.

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Esse comportamento bizarro foi observado apenas uma vez antes, afirmam os pesquisadores. Em um documentário de 1993 que foi ao ar no The Discovery Channel, uma equipe testemunhou embriões nadando entre os útero através de um buraco no lado de um tubarão-tigre morta na areia. No entanto, essa não era uma evidência conclusiva de que os embriões de tigre de areia fazem isso regularmente, acrescentaram os autores, porque “não é uma observação em condições naturais”.

Os pesquisadores não sabem ao certo por que os tubarões-enfermeira ou os tubarões-tigre seriam capazes de nadar assim no útero, mas têm um bom palpite: ambas as espécies alimentam seus filhotes ainda não nascidos através de um processo chamado “oofagia” os embriões devoram ovos não fertilizados dentro de suas mães como alimento – e, às vezes, o ovo mais próximo, no útero ao lado.

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Mas não para por aí, segundo os pesquisadores, além de sair do útero para devorar seus irmão, esses pequenos bebês tubarões também podem espiar o mundo lá fora.

“Nossos dados também mostraram que o colo do útero às vezes se abre, e o embrião expõe sua cabeça para fora através do colo do útero”.

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(Crédito da imagem: Etologia)

“Esse fenômeno contrasta com o observado em mamíferos onde o colo do útero está bem fechado até o nascimento”, acrescentaram os pesquisadores.

FONTE / Live Science

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