Cientistas revelam ter criado primeiro híbrido humano e macaco do mundo na China

Damares Alves

Logo após o Japão aprovar experiências com híbrido humano-animal, cientistas espanhóis afirmaram ter criado um embrião humano e macaco em um laboratório na China.

O objetivo dos pesquisadores é utilizar animais para criar órgãos para transplantes e salvar vidas, dizem que criar o híbrido foi um passo importante. E eles prometeram continuar suas experiências usando primatas.

Opiniões divididas

Esse tema divide muitos questionamentos, algumas pessoas acham que estas pesquisas podem resolver a enorme falta de órgãos para transplantes no mundo inteiro – visto que este é o objetivo principal das pesquisas –  outros, acham que os testes poderiam resultar em animais “humanizados”. Uma vez que células tronco poderiam escapar para o cérebro e se transformar em neurônios.

Como isso foi possível?

A equipe revelou que injetaram células-tronco humanas capazes de criar qualquer tipo de tecido em um embrião de macaco.

A quimera foi modificada geneticamente para desativar genes que controlam o crescimento de órgãos.

Eles também afirmaram que o experimento foi interrompido antes que o embrião tivesse idade suficiente para nascer.

Anteriormente, em 2017, os cientistas também tentaram realizar criar uma quimera com embriões de porcos e células-tronco humanas, mas sem sucesso. O embrião não se desenvolveu.

Questões éticas

Angel Raya, do Centro de Medicina Regenerativa de Barcelona, ​​disse que experimentos em organismos com células de duas espécies enfrentam muitas “barreiras éticas”.

Ele disse ao El Pais: “O que acontece se as células-tronco escaparem e formarem neurônios humanos no cérebro do animal? Teria consciência? E o que acontece se essas células-tronco se transformarem em espermatozóides?

Mas Estrella Nunez, da Murcia Catholic University (UCAM) e colaboradora do projeto, disse que mecanismos foram implantados para que, se as células humanas migrarem para o cérebro, elas se autodestruam.

Para evitar problemas éticos a comunidade científica tradicionalmente estabeleceu “uma linha vermelha de 14 dias” de gestação. Após esse período os embriões deverão ser destruídos.

A pesquisa

A pesquisa,  foi financiada em grande parte pela universidade, foi algo muito caro.

“Se combinarmos as pesquisas sobre humanos / porcos, humanos / ratos e humanos / macacos, são muitas centenas de milhares de euros”, disse ela.

Juan Carlos Izpisua, que criou o primeiro híbrido humano-porco do mundo em 2017 e liderou o mais recente experimento, disse: “Estamos tentando não apenas avançar e continuar experimentando células humanas e de roedores e suínos, mas também com células de primatas não-humanos. Nosso país é pioneiro e líder mundial nessas investigações.”

FONTES / El País / The independent

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