Alemanha propõe multar maciçamente pais que não vacinarem filhos contra sarampo

SoCientífica

O ministro da saúde da Alemanha, Jens Spahn, submeteu um projeto para multar em até 2.500 euros, cerca de R$ 11.058, pais que não vacinarem seus filhos contra o sarampo.

O objetivo da legislação, segundo Spahn, não é multar as pessoas. É garantir que as pessoas sejam imunizadas.

O projeto de lei proibiria as crianças muito jovens que não foram vacinadas de irem à pré-escola, e como a escola é obrigatória para as crianças alemãs a partir dos 6 anos, os pais com filhos não vacinados seriam obrigados a pagar a multa.

Algumas pessoas na Alemanha pedem que as vacinas sejam obrigatórias em todo o país, mas também há um debate sobre se tais medidas são uma restrição às liberdades das famílias.

Para Spahn, esse é um debate antigo que requer uma nova solução. “Temos tido esse debate a cada poucos meses nos últimos 10 e 20 anos”, disse ele à emissora ZDF, em uma entrevista.

A Organização Mundial da Saúde emitiu mais um alerta sobre a crescente ameaça do sarampo.

No mês passado, a OMS informou que os casos de sarampo aumentaram 300% em 2019 em comparação com o primeiro trimestre de 2018; na terça-feira, a agência de saúde das Nações Unidas observou que mais de 34.000 pessoas na Europa nos primeiros dois meses de 2019 haviam contraído sarampo.

A maioria desses casos está na Ucrânia, que está no meio de um surto de sarampo que supostamente se espalhou da Ucrânia para Israel. Mais de 25.000 pessoas na Ucrânia foram infectadas nos primeiros dois meses de 2019.

A Alemanha, que teve mais de 500 casos de sarampo em todo o ano de 2018, já viu 300 neste ano.

O sarampo é altamente contagioso, mas totalmente evitável — desde que as pessoas sejam vacinadas. A maioria dos casos de sarampo está em pessoas não vacinadas ou sub-vacinadas (a vacina envolve duas doses).

A OMS alertou os europeus. “Se a resposta ao surto não for oportuna e abrangente, o vírus vai encontrar mais oportunidades em indivíduos vulneráveis ​​e potencialmente se espalhar para outros países dentro e fora da região”, disse a organização em um comunicado.

No Brasil, em janeiro de 2019, haviam três estados com surto da doença: Amazonas, Roraima e Pará. Entre fevereiro de 2018 e fevereiro de 2019, o país registrou 10.374 casos. O pico foi atingido em julho de 2018, com 3.950 casos.

Até 19 de março, houve confirmação laboratorial de 48 casos de sarampo no Brasil. Destes, 20 estão relacionados a casos importados e 28 a casos endêmicos, sendo 23 no Pará e cinco no Amazonas. [The Washington Post, G1]

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