A “queda” de Anakin Skywalker sob o prisma do estoicismo epictetiano

Aldo Dinucci
“The Force is with you, young Skywalker… but you are not a Jedi yet.”― fala de Darth Vader a Luke Skywalker em Star Wars: Episódio V - O Império Contra-Ataca (1980)

Por Aldo Dinucci (com as participações de Antonio Tarquínio, Diogo Luz e Donato Ferrara).

Nascido escravo, Anakin Skywalker cresceu com sua mãe, a quem era muito afeiçoado. Mais tarde, foi reconhecido como o escolhido para trazer equilíbrio à Força pelo jedi Qui-Gon Jinn. Qui-Jon pede ao conselho Jedi permissão para treinar Anakin, mas seu pedido é recusado, pois os conselheiros creem que Akakin é dominado pelo medo de perder a mãe. Posteriormente, Anakin se torna amigo de Obi-Wan Kenobi, jedi treinado desde a infância por Yoda, e também de Palpitine, o novo chanceler, que inúmeras vezes o repreende por sua arrogância. Sua ligação com a mãe, apesar das admoestações dos Jedi, continua forte, e é isso que o conduzirá ao lado obscuro da força. Sua mãe morre em seus braços, e o ódio o domina, fazendo com que ele mate os habitantes de uma vila inteira do Povo da Arei[1].

Durante as Clone Wars, sua arrogância cresce com suas vitórias. Com as advertências seguidas do conselho Jedi, Anakin se torna ressentido. Mais tarde, desobedece ordens do conselho e salva Palpatone (Sith Lord). Após isso, Anakin se torna Darth Vader, Senhor do Império de Sith, antigo rival da Ordem Jedi[2].

A “queda” de Anakin Skywalker, tornando-se Darth Vader, tem diversos paralelos na cultura ocidental e cristã. O caso mais célebre é de Lúcifer (‘O portador da Luz’), anjo que, por ansiar tomar o poder de Deus, é jogado nas profundezas do inferno. Antes de ser Lúcifer, chamava-se Samael, e era o anjo preferido de Deus. Como está escrito no Apocalipse:

Houve peleja no céu. Miguel e os seus anjos pelejaram contra o dragão. Também pelejaram o dragão e seus anjos; todavia, não prevaleceram; nem mais se achou no céu o lugar deles. E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo, sim, foi atirado para a terra, e, com ele, os seus anjos.Apocalipse 12:7-9

A grande questão que sempre se faz é: como aquele que era o preferido de Deus pode perder sua posição por almejar destruir justamente aquele que faz dele quem é? Paralelamente, no caso de Anakin, podemos indagar: como pode o genial militar e Jedi simplesmente voltar-se contra os seus mestres e amigos e juntar-se aos inimigos deles? Em termos humanos mais corriqueiros, como pode alguém que tem talentos e inteligência se voltar para o lado do mal, atacando seus próprios amigos, mestres e familiares, tornando-se literalmente um inimigo da humanidade

Recentemente, dentro do âmbito das discussões do estoicismo moderno, Kevin Kennedy[3] criticou Massimo Pigliucci por este adotar uma posição aparentemente incapaz de explicar a existência de criminosos nazistas. Pigliucci parte da posição estoica tradicional, que é também socrática, segundo a qual o mal consiste em falsas opiniões que levam o ser humano a agir de forma equivocada, pelo que se explicariam crimes e erros de conduta de toda sorte. Kevin Kennedy se concentra na figura de Adolph Eichmann[4], argumentando que seu caso não pode ser explicado por ignorância:

No caso de Eichmann, isso é um completo engano. Ele, como outros arquitetos do Holocausto, sabia exatamente o que estava fazendo. Ele estava ciente do sofrimento que estava causando… Ele também reconhecia que estava violando cada padrão moral e ético desenvolvido ao logo de dois mil anos dentro do pensamento religioso e filosófico ocidental. Ele agiu com ciência… voluntariamente[5].

Kevin dá voz ao que pensa o senso comum sobre responsabilidade e crime. O senso comum é sedento por culpados e personagens malignos que possam ser responsabilizados por seus crimes “demoníacos”. No entanto, sua crítica ao posicionamento de estoicos contemporâneos tem cabimento por certa perspectiva. Se é correto epistemicamente afirmar que, para os estoicos, os erros humanos se devem à ignorância, essa afirmação não pretende ser a única explicação estoica para o fato da “conversão ao mal” de alguém. É preciso que nos voltemos também para a doutrina estoica das paixões, que complementa psicologicamente a tese epistêmica da ignorância como origem dos erros, e para o estoicismo epictetiano.

Pathos, que se traduz ora por emoção ora por paixão[6], é um tema que foi abordado de forma sistemática pelos estoicos. Podemos dizer que as emoções são nossa primeira realidade, realidade inquestionável, pois podemos duvidar da existência das coisas que percebemos, mas o mesmo não vale para as emoções. Como seria possível duvidar, por exemplo, que sentimos raiva quando efetivamente sentimos raiva?
Os estoicos compreendem as emoções como movimentos na mente, que eles concebem como corpórea. As emoções para eles podem ser boas ou más. Na acepção física, emoções são boas se perfazem na mente um movimento ordenado e simétrico e são más se perfazem um movimento desordenado e caótico. Na acepção epistêmica, as emoções são a contrapartida de opiniões ou crenças boas (corretas) ou ruins (equivocadas), sendo boas no primeiro caso e más no segundo.

A ideia básica por trás disso é que o estado natural da mente humana é a tranquilidade ou a ataraxia, a ausência de agitação na mente. Assim, uma emoção ruim significa um movimento assimétrico e irracional na mente que a desestabiliza, agitando-a violentamente. A emoção ruim, por sua íntima associação a uma falsa crença sobre a realidade, traduz-se por uma ausência de conhecimento ou, na terminologia estoica, por um vício. A boa emoção, por outro lado, está associada a crenças verdadeiras.

Portanto, as paixões estão, no estoicismo, firmemente ligadas a crenças. E aqui vem um ponto que não é notado por muitos estudiosos atuais do estoicismo. O estoicismo epictetinano, com sua noção de escolha (prohairesis) tomada de Aristóteles, revoluciona o estoicismo antigo. Assim, a partir da visão de Epicteto, embora, em um primeiro momento, seja requerido o assentimento a uma crença verdadeira ou falsa para que ela passe a operar como padrão para dirigir a escolha, num segundo momento o assentimento a essa crença é acompanhado por um movimento de certa intensidade na mente. No caso da paixão má, que é a contrapartida psicofísica da falsa opinião, temos uma intensidade capaz de ameaçar arrastar e subjugar a escolha. Assim, por exemplo, o alcoólatra pode escolher não beber o primeiro copo, mas se bebê-lo, é arrastado e torna-se cativo do álcool. O mesmo vale para os demais vícios tanto em substâncias químicas quanto comportamentais: é essencial negar o primeiro movimento; se não o fizermos, somos arrastados. Epicteto diversas vezes se refere a esse fato no Encheiridion:

[16] Quando vires alguém aflito, chorando pela ausência do filho ou pela perda de suas coisas, toma cuidado para que a representação de que ele esteja envolto em males externos não te arrebate, mas tem prontamente à mão que não é o acontecimento que o oprime (pois este não oprime outro), mas sim a opinião sobre o acontecimento.

[18] Quando um corvo crocitar maus auspícios, que a representação não te arrebate, mas prontamente efetua a distinção e diz: “Isso nada significa para mim, mas ou ao meu pequenino corpo, ou às minhas pequeninas coisas, ou à minha reputaçãozinha, ou aos meus filhos, ou à minha mulher. Se eu quiser, todas as coisas significam bons auspícios para mim – pois se alguma dessas coisas ocorrer, beneficiar-me delas depende de mim”

[19b] Ao vires alguém preferido em honras, ou muito poderoso, ou mais estimado, presta atenção para que jamais creias – arrebatado pela representação – que ele seja feliz.

[20] Lembra que não é insolente quem ofende ou agride, mas sim a opinião segundo a qual ele é insolente. Então, quando alguém te provocar, sabe que é o teu juízo que te provocou. Portanto, em primeiro lugar, tenta não ser arrebatado pela representação: uma vez que ganhares tempo e prazo, mais facilmente serás senhor de ti mesmo.

[34] Quando apreenderes a representação de algum prazer – ou de alguma outra coisa – guarda-te e não sejas arrebatado por ela. Que o assunto te espere: concede um tempo para ti mesmo. Lembra então destes dois momentos: um, no qual desfrutarás o prazer; e outro posterior, no qual, tendo-o desfrutado, tu te arrependerás e criticarás a ti mesmo. Compara então com esses dois momentos o quanto, abstendo-te, tu te alegrarás e elogiarás a ti próprio. Porém, caso a ocasião propícia para empreender a ação se apresente, toma cuidado! Que não te vençam sua doçura e sua sedução. Compara isso ao quão melhor será para ti teres a ciência da obtenção da vitória[7].

Arrebatar traduz synarpazo, verbo grego que, em Epicteto, indica dramaticamente o fato de que, se você conceder assentimento a uma falsa opinião, você é na sequência arrastado para um estado de perturbação. Em [16], trata-se da opinião de que alguém é infeliz pela falta do filho; em [18], que maus auspícios implicam nossa infelicidade; em [19b], que sinais externos implicam a felicidade de alguém; em [20], que aquele que nos ofende nos atinge moralmente; em [34], que um prazer deve ser usufruído.

Em [20], Epicteto esclarece que devemos, em primeiro lugar, tentar não ser arrebatados pela representação, pois uma vez que ganharmos tempo, mais facilmente seremos senhores de nós mesmos. Tentar não ser arrebatado pela representação significa não dar assentimento à falsa crença, como Epicteto deixa claro em [18] (“tem prontamente à mão que não é o acontecimento que o oprime (pois este não oprime outro), mas sim a opinião sobre ele”) e no capítulo [5a] do Encheiridion[8]. E ganhar esse tempo, negando o assentimento, implica nos mantermos ‘senhores de nós mesmos’.

De fato, em [34] Epicteto insiste na ideia de atrasar a decisão sobre o assentimento, observando que o assentimento implicará dois momentos, um, no qual o prazer é desfrutado, e outro posterior, no qual nos arrependeremos de ter desfrutado tal prazer. E adverte: “Toma cuidado! Que não te vençam sua doçura e sua sedução. Compara isso ao quão melhor será para ti teres a ciência da obtenção da vitória”. A vitória aqui é aquela sobre si mesmo, mantendo-se senhor de si mesmo e são. A ideia de sanidade é essencial nesse contexto, pois assentir a falsidades e deixar-se arrastar pelas paixões significa também recair em um estado de insanidade[9]. Como nos diz Epicteto, em fragmento que nos chegou por Marco Aurélio, nossa luta diária não é por algo banal, mas por mantermos nossa sanidade ou não[10], afirmação que se encaixa na peleja humana contra as falsas opiniões e as más paixões que nos ameaçam arrastar.

Assim, votando aos casos de Lúcifer, que de anjo preferido cai ao posto de senhor dos infernos, e de Adolf Eichmann, o criminoso nazista, e de Anakin Skywalker, que se transforma em Darth Vader, todos eles seguem paixões e opiniões que literalmente os enlouquecem e os corrompem. Anakin não consegue superar a morte da mãe e sua própria arrogância, por se crer superior aos demais por ser um grande general, e é arrastado por essas paixões para o lado obscuro da força. Lúcifer é arrastado pela rivalidade e pela inveja, por crer-se mais merecedor que Deus do cargo de administrador do mundo. Eichmann e outros nazistas são arrastados pela crença de que pertencem a uma raça superior e que precisam a todo custo reservar espaço vital para sua suposta estirpe, matando todos aqueles que consideram inferiores. Todos eles se julgam certos em suas ações, mas estão obviamente errados. Se, por um lado, todos eles continuam agindo racionalmente em suas deliberações militares e logísticas, se todos eles de fato ainda persistem sendo pessoas inteligentes, nada disso os impede de, por outro lado, dar assentimento a crenças equivocadas, sendo arrastados pelas correspondentes paixões e enlouquecer[11]. Por maior que seja o conhecimento de quem quer que seja, esse conhecimento não o torna blindado ao erro, visto que a condição humana, como não se cansam de destacar os estoicos e Sócrates, é aquela da imperfeição, não sendo possível a qualquer humano que seja a sabedoria completa[12]. Assim, o assentimento a crenças desconectadas da realidade leva os três personagens referidos (o mítico, o histórico e o fictício) a cometer atos terríveis e insanos. Lúcifer tenta destronar seu Deus, que é o senhor e o criador do universo, e também seu maior admirador. Eichmann envia impiedosa e covardemente um número gigantesco de inocentes (homens, mulheres e crianças) para a morte. Darth Vader tenta matar o próprio filho. Como duvidar que estejam loucos?[14]


[1] A história está aqui um tanto simplificada. DONATO FERRARA nos dá mais detalhes: “Falando especificamente de Anakin Skywalker, se bem me lembro de sua história, não sei se é possível dizer que sua “conversão ao mal” se operou a partir da morte da mãe. Ali há uma primeira manifestação de ira, de revolta e mesmo de espírito destrutivo — de um córtex pré-frontal mal desenvolvido, talvez. Havia algo errado com ele desde aquele momento, mas não me parece ser o ponto de não retorno. O que me parece determinante para a sua passagem para o lado dos Sith é a não aceitação da morte de sua amada, Padmé Amidala, que estava grávida de gêmeos. Ele ouve de Palpatine que um Sith muito poderoso do passado fora capaz de vencer a morte e decide passar para o lado sombrio da Força. A Força é, como se sabe, uma abertura para a magia. Ele crê, portanto, que pode eludir a morte de Padmé por meio de um tipo de magia negra muito exclusiva e oculta. Precisa dar mostras de seu novo compromisso e operar um grande sacrifício para conseguir o que quer. E eis que ele adentra o templo dos Jedi e mata covardemente todas as crianças aprendizes. No fim, não obtém o que deseja, porque Padmé morre ao dar à luz. O “crime” de Anakin, o centro de seu erro, está em não aceitar a morte como uma condição imposta pela própria vida, acreditando que existe algum tipo de instância sobrenatural trevosa capaz de lhe dar um poder que ninguém tem. Ele é de uma tolice miserável. Ele se torna, como consequência, um mago caído, uma ruína humana. A não aceitação da morte pode produzir monstros. Mas nos lembremos, porém, que ele se arrepende, ou se retrata, pela metade, diante de seu filho”.

[2] Usei aqui o texto do crítico literário JOSH PETTY sobre Darth Vader, disponível em: https://www.quora.com/How-did-Darth-Revan-and-Darth-Vader-join-the-dark-side

[3]  The Banality of Philosophy: A Response to Massimo Pigliucci By Kevin Kennedy, in: https://modernstoicism.com/the-banality-of-philosophy-a-response-to-massimo-pigliucci-by-kevin-kennedy/

[4] Tenente coronel da SS nazista, foi um dos principais gerenciadores do holocausto da Segunda Guerra, deportando judeus em massa para guetos e campos de extermínio. Em 1960 foi capturado na Argentina pelo Mossad, o serviço secreto de Israel, onde foi julgado, condenado à morte e executado. Eichmann declarou não se sentir culpado, afirmando que nada fizera senão seguir ordens.  

[5] Nossa tradução de parte do texto de Kevin Kennedy de parágrafo de seu texto citado: “In the case of Eichmann, moreover, it’s completely mistaken. He, like the other main architects of the Holocaust, knew exactly what he was doing. .. He also recognized that he was violating every moral and ethical standard developed over two thousand years within Western religious and philosophical thought. He acted knowingly… voluntarily”. 

[6] Ainda estamos averiguando qual seja a melhor tradução para nossa língua para pathos.

[7] Todas as passagens retiradas da tradução de Dinucci e Julien da referida obra.

[8] [5a] As coisas não inquietam os homens, mas as opiniões sobre as coisas. Por exemplo: a morte nada tem de terrível34, ou também a Sócrates teria se afigurado assim, mas é a opinião a respeito da morte – de que ela é terrível – que é terrível. Então, quando se nos apresentarem entraves, ou nos inquietarmos, ou nos afligirmos, jamais consideremos outra coisa a causa, senão nós mesmos – isto é: as nossas próprias opiniões.

[9] Como diz Epicteto em Diatribes, 1.28, 30 ss., louco é aquele que segue o que parece real, mas não é.

[10] Marco Aurélio, 11, 38.

[11] Quanto a isso, DIOGO LUZ comenta: “Talvez seja melhor falar como umas paixões estão conectadas com outras. Como o medo de Anakin (que talvez pareça bobo de inicio) está ligado ao que posteriormente será a soberba de Darth Vader. Sabemos que o elo entre essas duas paixões é a opinião errônea, porém o erro fica cada vez mais enraizado, a ponto de culminar no desejo de matar o próprio filho”.

[12] Quanto a isso, DONATO FERRARA comenta: “O apaixonado, portanto, é sempre virtualmente mau – é, no mínimo, potencialmente, se não rematadamente, tolo. Colocando o sábio como modelo praticamente intangível, os estoicos queriam evitar a ilusão de que nós, os não sábios, estamos a léguas de distância dos que cometem crimes ou se afundam na abjeção. Assim, qualquer não sábio, se começar percebendo a realidade de modo errado, pode ser levado a cometer injustiças – e muitas vezes sem conseguir rastrear muito bem como acabou sendo conduzido a isso. Os monstruosos têm a sua lógica, tortuosa, mas não essencialmente diferente daquela que nos anima em vários momentos. Parafraseando o que disse William Blake, Caifás via a si mesmo como um benfeitor de seu povo”.

[13] Em Star Wars: Episódio V – O Império Contra-Ataca (1980).

[14] Quanto a isso, Antônio Tarquínio comenta: “Assim mesmo fiquei me perguntando se o tema de fundo aí não seria simples a não aceitação do destino… Também fui pensando… porque agora é uma e quarenta e cinco da manhã… Portanto deveria estar em transe profundo, inclusive babando no travesseiro, que  em Epicteto há a ideia do movimento contrário ao do personagem a que nos referimos. O indivíduo esclarecido se volta para o bem e se torna livre. O bem constitui o ser humano, e não o contrário. Não há queda. Não há subida. Só há a humana bondade”. E DONATO FERRARA completa: “Um dado muito interessante na filosofia estoica é, ao meu ver, a circunscrição do indivíduo ao momento presente: podemos agir bem no lapso de tempo que ocupamos, ficando nosso passado e nosso futuro em posição secundária (por natureza, são inacessíveis). Qualquer um pode e deve, por exemplo, agir da melhor maneira possível com o que tem à mão; mesmo os que cometeram crimes podem, em tese, deixar esse passado infando para trás e dedicarem-se a boas ações, uma após a outra, em cada um dos instantes vividos. Isso não poderá “lavar” as culpas que essas pessoas têm, nem desfazer o mal do passado, mas pode marcar uma mudança. Não há redenção, em sentido estoico, assim como não há “queda” ou “ascensão”, como observa muito bem o Tarquínio”.

 

Compartilhar