Nova esperança para o mamífero mais ameaçado do mundo

Diógenes Henrique
Rinoceronte branco no Lago Nakuru, Quênia. Imagem: Ryan Harvey (Wikipédia / CC BY-SA 2.0)

Analisando amostras genéticas de 232 rinocerontes, pesquisadores da Universidade de Cardiff e da Universidade de Venda descobriram que, apesar de as populações de rinocerontes do norte e do sul terem se dividido um milhão de anos atrás, eles compartilharam genes durante períodos frios e áridos, quando pastagens africanas expandiram, datados de 14.000 anos atrás.

A pesquisadora Isa-Rita Russo, PhD, da Universidade de Cardiff, disse: “Olhando para a história da população de rinocerontes brancos, pudemos estabelecer que houve contato entre populações de rinocerontes do norte e do sul ao longo da história.”

“Este é um achado emocionante! Prova genética de contato entre as populações sugere que pode ser possível resgatar com sucesso o rinoceronte branco do norte usando genes de rinoceronte branco do sul para criar embriões, embora dados adicionais precisem ser coletados para confirmar isso”, explicou Russo.

A distribuição de rinoceronte branco em toda a África é dividida em populações no norte e sul. A população do sul caiu para o menor número na virada do século XIX, mas se recuperou para se tornar o rinoceronte mais numeroso do mundo. Em contraste, a população do norte era comum durante grande parte do século XX, declinando rapidamente desde a década de 1970, deixando apenas dois rinocerontes remanescentes adultos.

A equipe de pesquisadores também descobriu que os declínios populacionais eram muito diferentes no norte e no sul, com o rinoceronte branco do norte declinando há cerca de 1.370 anos, coincidente com a migração bantu e o rinoceronte branco do sul declinando durante o colonialismo, iniciado há 400 anos.

O professor Yoshan Moodley, PhD, da Universidade de Venda, disse: “Parece que o rinoceronte branco não é estranho à baixa diversidade genética, já que os nossos resultados mostram que a espécie foi submetida a vários declínios populacionais climaticamente e antropogenicamente, o que teria reduzido e comprimido diversidade no passado”.

“Este é um dos poucos animais de grande porte a sobreviver à última era glacial, e parece que a pressão humana adicional sobre uma espécie já comprometida geneticamente empurrou o rinoceronte branco pelo caminho da extinção”, concluiu o pesquisador.

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