Magnetismo interrompe os ventos no exoplaneta “júpiter quente”

Pedro Noah
T.M. ROGERS/NATURE ASTRONOMY 2017

Simulações do campo magnético do HAT-P 7b dão indícios de rajadas variáveis no planeta

HAT-P 7b é um planeta ventoso. Os ventos do leste geralmente atravessam a atmosfera do exoplaneta distante, mas às vezes os poderosos ventos sopram em direções surpreendentemente variadas. Agora, as simulações das linhas de campo magnético do planeta, ilustradas aqui como um arco-íris de marcas rabiscadas, revelam que o campo magnético do HAT-P 7b influencia os ventos, mesmo transformando alguns em ventos do oeste. O resultado, publicado no dia 15 de maio na Nature Astronomy, poderia levar à uma melhor compreensão das atmosferas de outros exoplanetas.

Conhecido como “Júpiter quente”, o HAT-P 7b é um gigante de gás que orbita sua estrela uma vez a cada 2,2 dias terrestres. O exoplaneta, localizado à 1.043 anos-luz de distância, também está bloqueado: um dos lados está sempre voltado para a estrela, enquanto o outro se afasta. Essa orientação eleva as temperaturas para cerca de 1.900 ° C, no lado do dia do planeta em comparação com cerca de 900 ° C, no lado da noite. Essas diferenças extremas de temperatura tendem a impulsionar fortes ventos do leste, de acordo com uma análise de dados do satélite Kepler. Essa análise também revelou que ao longo do tempo os ventos são surpreendentemente mercuriais.

O campo magnético, que pode ser gerado pelo núcleo do planeta, está conectado aos ventos por causa das altas temperaturas que removem elétrons dos átomos atmosféricos de lítio, sódio e potássio, fazendo com que eles sejam carregados positivamente. Essas partículas então interagem com o campo, criando uma força eletromagnética forte o suficiente para interromper os ventos fortes do leste, escreve a autora do estudo, Tamara Rogers, astrofísica da Universidade de Newcastle, na Inglaterra.

Na imagem acima, as linhas azuis seguem fortes linhas de campo magnético dirigidas de uma maneira, enquanto aquelas em magenta traçam linhas poderosas na direção oposta. As partes mais fracas das linhas de campo são mostradas em verde e amarelo. Quanto mais forte for o campo magnético, mais fortes serão os ventos – com as linhas mais fortes invertendo completamente a direção dos ventos, conclui Rogers.

Traduzido de Science News

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